quinta-feira, 19 de novembro de 2015

KABALLAH ESPIRITUALISTA: O PONTO NO CORAÇÃO (PARTE 2)

O rabino Yehuda Leib HaLevi Ashlag (1884-1954) é conhecido como Baal HaSulam (Dono ou Mestre da Escada) pelo seu comentário Sulam (escada) sobre O Livro do Zohar . De acordo com ele, a Kaballah (pronuncia-se cabalá) é  um método empírico científico para descobrirmos a realidade espiritualista,o pensamento da Criação.Ele é  conhecido como o "mestre da escada" porque seus comentários sobre o Zohar,o livro do Esplendor,( um dos livros cabalistas mais antigos de que se tem notícias) seriam uma bússola fidedigna para se evoluir e para aprendermos  como perceber a realidade além do mundo material. Detalhe: a verdadeira kaballah não é religião ou rituais. Não envolve simpatias,água benta,magia ou qualquer outra bobagem dessa natureza. Por dois mil anos foi passada oralmente aos discípulos escolhidos e se manteve restrita à poucos sob o véu  esotérico. Recentemente alguns cabalistas considerados idôneos começaram a divulgá-la por "ter chegado o momento"de toda a humanidade conhecê-la.  Pergunto-me se isso não teria relação direta com a crença quase geral (maias,índios hopes, espíritas, praticantes da "Nova Era"...) de que estamos no final de um ciclo... ou final dos "tempos"...
A Kaballah é sempre apresentada numa linguagem simbólica de um conteúdo riquíssimo. Ela é  chamada a "linguagem da raízes e dos ramos" e se baseia no diagrama da dez sephiroh.


Primeiramente... como estudar a Kaballah?  Dizem os cabalistas  que o mundo material, Malkhut, tem quatro reinos:o inanimado,o vegetal, o animal e o falante. Percebe se  que em definição e conceitos  esses reinos são  análogos aos  apresentados na codificação kardequiana: reinos mineral,vegetal,animal,hominal.
Nós, espíritas, entendemos as Leis Naturais como estímulos para nossa evolução. Os espíritos foram criados "simples e ignorantes" e ganham experiência e atributos incrementais para aumentarem complexidades evolutivas e ascenderem  ao Criador. É uma ascensão de natureza e por semelhança  e não geográfica.Os cabalistas entendem a questão evolutiva de forma análoga: existe, segundo eles,uma realidade que se oculta pela imposição limitadora dos nossos 5 sentidos... Quando atingimos a necessidade de buscarmos o porquê da existência e o real pensamento da Criação, sentimos um novo"estado psicológico ",uma necessidade interior imperiosa de entendermos  o verdadeiro significado da Vida... Metaforicamente, poderíamos usar a lembrança de Sidartha Gautama,o Buda, quando ele abriu mão de sua imensa riqueza e poder e saiu pelo mundo como indigente para tentar compreender a existência da morte,das doenças e da velhice...entender o sofrimento humano,enfim.Também podemos pensar em Percival em sua busca sagrada pelo Santo Graal. Aliás a lembrança do Graal é bem apropriada, pois o cálice ou "vaso" é um símbolo intrinsecamente cabalista e podemos seguramente dizer que a busca pelo "cálice sagrado" é uma jornada interior;um salto qualitativo do espírito.O cálice ou vaso, na kaballah, simboliza o atributo de paulatinamente se "encher" com uma nova qualidade ou percepção.

 Essa necessidade interior da busca pelo sentido da Criação os cabalistas representam por um conceito chamado de "ponto no coração".O ponto  no coração é  o "marco" evolutivo da nossa capacidade de iniciarmos  a "busca" pela espiritualidade ... nosso "sinal" de que ganhamos o "insight", o estado mental e espiritual adequado para,como Percival,iniciarmos nossa jornada espiritualista. Nós espíritas temos esse  "insight" ,despertamos nosso "ponto no coração" quando aceitamos a nossa reforma íntima,sob os ensinamentos do Cristo,  como algo essencial em nossas vidas. 

"Pedi e vos será dado, buscai e encontrareis, bateis e vos será aberto"
Mateus 7:7.

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